quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Mudanças sempre ocorrerão...

...Por mais que demore, por mais que pareça improvável, a mudança sempre vai ocorrer, pois viver é mudar sempre...queira você ou não!
Isto posto, não poderia deixar de reproduzir no blog, o artigo publicado originalmente no estadao.com.br, hoje, 20.02.2008, sobre a saída de cena do último grande representante do velho comunismo: Fidel Castro.

"FIDEL CASTRO PASSA DE COMANDANTE A IDEÓLOGO DE CUBA
Anthony Boadle - REUTERS

HAVANA - Fidel Castro desempenhará os papéis de ideólogo comunista e de velho estadista de Cuba após ter aberto mão do controle sobre o país pela primeira vez desde a revolução de 1959. Fidel, 81, atualmente adoentado, anunciou na terça-feira que não tentaria obter um novo mandato como presidente ou como chefe das Forças Armadas de Cuba quando a Assembléia Nacional do país se reunir no domingo. O revolucionário não continuará exercendo funções oficiais, mas permanecerá no posto de primeiro-secretário do Partido Comunista e não deixará de escrever artigos sobre questões internas e internacionais, fatos esses indicativos de que não há uma mudança drástica em vista em um dos últimos países comunistas do mundo. "Continuaremos esperando pelas 'Reflexões do companheiro Fidel', que nos fornecem um poderoso arsenal de idéias e orientações", afirmou na quarta-feira o jornal Granma, a publicação oficial do Partido Comunista (que comanda Cuba). A aposentadoria dele após quase meio século no poder abriu as portas a uma transferência controlada de poder para Raúl, o irmão dele que vem administrando Cuba no cargo de presidente interino desde a metade de 2006, quando Fidel Castro submeteu-se a uma cirurgia intestinal. Durante décadas, os inimigos de Fidel previam que a morte ou a renúncia dele faria com que milhares de cubanos fossem às ruas exigir reformas democratizantes no Estado comunista. Mas, quando a aposentadoria de fato ocorreu, os cubanos reagiram de forma discreta. Alguns disseram-se tristes com o afastamento de seu líder, enquanto outros afirmaram esperar que a manobra provoque mudanças econômicas. Ninguém, no entanto, prevê grandes alterações no sistema de partido único de Cuba. A filha distanciada de Fidel, Alina Fernández, crítica de seu pai que mora em Miami, não descartou uma transição para a democracia em Cuba, mas disse que isso só aconteceria após a morte de seu pai. Ferndández, que deixou Cuba disfarçada de turista em 1993, afirmou ainda que seu pai está fraco e velho demais para voltar a governar. "Isso é apenas uma formalidade. Acho que ele deixou o poder há um ano e meio", declarou ela à Radio-Canada. Havia mais policiais do que o usual nas ruas mal conservadas e densamente povoadas da região central de Havana, cenário dos distúrbios anti-Fidel do verão de 1994, responsáveis por detonar um êxodo de 35 mil cubanos, que se serviram de embarcações precárias para lançarem-se ao mar na esperança de chegar aos EUA. Os moradores de Havana, no entanto, continuaram levando suas vidas normalmente nesta semana. Muitos ficaram em casa na noite de terça-feira assistindo a seu time preferido de beisebol, o Industriales, sofrer uma derrota. Poucos pareciam estar comentando o afastamento de Fidel. O membro de uma delegação européia que visita Cuba atualmente afirmou ter ficado surpreso com o fato de o assunto não ter nem mesmo sido mencionado nos encontros que manteve com um vice-ministro e com o prefeito de Havana. PROBLEMA DE SAÚDE Fidel, que subiu ao poder em 1959, por meio de uma revolução armada, não apareceu mais em público desde que um problema de saúde obrigou-o a delegar seus poderes para Raúl, em 31 de julho de 2006. A Assembléia Nacional de Cuba, um órgão legislativo sem autonomia, deve oficialmente nomear Raúl Castro, 76, como presidente cubano ao reunir-se no domingo. A aposentadoria de Fidel alimentou expectativas de que ocorram mudanças na ilha -- e apelos por democracia vindos de seu arquiinimigo, os EUA -- mas especialistas em questões cubanas disseram ser mais provável a adoção de reformas econômicas limitadas do que uma profunda transformação no cenário político. Para alguns cubanos que perderam as esperanças de ver reformas, a mudança de líder não alterará nada. "Eu gostaria que as coisas acontecessem dessa forma, mas não acho que isso ocorrerá", afirmou Pedro, um aposentado de 74 anos que esperava na fila formada do lado de fora de um banco para retirar sua aposentadoria de 164 pesos mensais (7 dólares)."

Que Deus nos abençoe!!!

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